domingo, 15 de março de 2009




Leitura no Ensino Fundamental

Como sabemos, ensinar aos alunos a ler e escrever é uma das principais tarefas da escola. A leitura e a escrita são muito importantes para que as pessoas exerçam seus direitos, possam trabalhar e participar da sociedade com cidadania, se informar e aprender coisas novas ao longo de toda a vida.

Na escola, crianças e adolescentes precisam ter contato com diferentes textos, ouvir histórias, observar adultos lendo e escrevendo. Precisam participar de uma rotina de trabalho variada e estimulante e, além disso, receber muito incentivo dos professores e da família para que, na idade adequada, aprendam a ler e escrever.

Para garantir que todos os alunos aprendam, a escola precisa ter uma proposta pedagógica com orientações claras para a alfabetização inicial. É na proposta pedagógica que ficam definidos quais os objetivos para cada etapa, que tipo de atividade precisa ser realizado na sala de aula e
na escola, como será a avaliação. Orientados por essa proposta é que os professores planejam suas aulas. É muito importante também que os pais conheçam essa proposta e recebam orientações sobre a melhor forma de acompanhar o aprendizado dos seus filhos.

A leitura e a escrita são fundamentais para o aprendizado de todas as matérias escolares. Por isso, em cada ano/série, o aluno precisa desenvolver mais e mais sua capacidade de ler e escrever. Em sua proposta pedagógica, a escola precisa estabelecer claramente o que os alunos devem aprender em cada etapa, até a conclusão do ensino fundamental. Dessa forma, todos os professores podem coordenar seus esforços para conseguir os melhores resultados.

Todas as crianças são capazes de aprender. Por isso, a escola precisa organizar suas aulas e suas atividades pensando em todos os alunos, garantindo que todos eles possam se desenvolver na leitura e na escrita. Esse compromisso com a aprendizagem de todos os estudantes deve ser assumido como uma das principais responsabilidades da equipe de gestão da escola, formada pela direção e pela coordenação pedagógica ou supervisão de ensino. A equipe de gestão deve ajudar os professores em seu trabalho, avaliar o processo de aprendizagem dos estudantes.

sábado, 14 de março de 2009

A construção da leitura e escrita no âmbito escolar

Observa-se que a criança da educação infantil assim como a dos primeiros anos do ensino fundamental precisa de um ambiente que estimule o seu desenvolvimento de forma global. E por isso é interessante que o professor destas faixas etárias mobilize técnicas, métodos e recursos pedagógicos no sentido de estimular o desenvolvimento das crianças não somente no que tange as expressões espontâneas, mas também o pensamento, as linguagens e suas relações sociais e com o meio, construindo assim novas situações que possibilitem a construção de novas aprendizagens. Desse modo a leitura e a escrita para crianças não devem ser algo imposto pelo professor, onde são utilizadas metodologias tradicionais cujas aprendizagens são sustentadas no pensamento reprodutivo, ao contrário, o ensino da leitura e da escrita insere-se na aprendizagem significativa e da funcionalidade da linguagem, não distanciando de sua finalidade primordial, a comunicação.

Sendo assim, o meio social fortalece certos impulsos mentais e emocionais, concretizando que a educação não é construída de forma direta, mas indiretamente através do meio, principalmente quando se entende a maneira de pensar da criança como uma construção histórica e pela prática pedagógica desenvolvida em cada tempo e lugar.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A importância da Leitura e Escrita no Ensino Fundamental


A leitura tem sido na escola o cumprimento de uma formalidade. ao priorizar o processo de associar sons e letras, decodificar palavras isoladas, formar frases e períodos, afasta –se o aluno do real sentido da leitura, que é , na nossa perspectiva, a possibilidade de mergulhar no universo conceitual do outro.

Para desenvolver esta prática, é importante redimensionar o conceito de leitura, que na perspectiva teórica assumida aqui não pode ser apenas mecânico, da fluência e da boa dicção. Estes são aspectos necessários mas não suficientes quando se concebe a leitura também como um processo interacional entre o leitor e o autor.

Quando a criança vem para a escola traz consigo uma bagagem de experiências que difere muito de seus padrões, pois o português que falamos em nosso dia –a- dia nem sempre é o mesmo encontrado em livros e textos escritos, portanto cabe a escola, prover atividades enriquecedoras que assegurem o prazer pela leitura.

A leitura , numa concepção de linguagem interacionista, ultrapassa a compreensão da superfície; ela é mais que um entendimento das informações explícitas, um processo dinâmico entre sujeitos que se instituem trocas de experiências por meio do texto escrito. É preciso que em qualquer atividade de leitura a intenção do autor seja reconhecida. PAULO FREIRE, numa entrevista na qual lhe perguntaram o significado da leitura, diz o seguinte: eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral simbolicamente , eu ponho uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a travar um diálogo comigo. Paulo Freire, com seu jeito poético sintetiza a idéia de leitura por prazer. O sentido, nesta perspectiva, não é algo pronto, acabado no texto, mas é conferido pelo leitor que age, ou seja, põe vida no texto a ser lido. Assim quanto maior o número de experiências significativas com a leitura, maior desenvoltura o aluno vai adquirir no gosto e no prazer pela mesma.

A escola torna-se fator fundamental na aquisição do hábito da leitura e formação do leitor, pois mesmo com suas limitações, ela é o espaço destinado ao aprendizado da leitura. Tradicionalmente, na instituição escolar, lê-se para aprender a ler, enquanto que no cotidiano a leitura é regida por outros objetivos, que conformam o comportamento do leitor e sua atitude frente ao texto. Essas leituras, guiadas por diferentes objetivos, produzem efeitos diferentes, que modificam a ação do leitor diante do texto. Nesse processo, ouvir histórias tem uma importância que vai além do prazer. "O uso do trabalho na escola nasce, pois, de um lado, da relação que se estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância...".

Para ler muito, ler tudo, alunos e professor devem dessacralizar o trabalho e a biblioteca, que deixam de ser objeto de adoração e templo sagrado, intocáveis. Ler tudo implica, inclusive, trazer para dentro da escola os textos esquecidos, considerados "subliteratura": o gibi, o catálogo telefônico, o best-selller, a propaganda, o panfleto que se distribui na rua, a receita de culinária, ao lado dos clássicos, da literatura informativa. Ler tudo implica desvendar, elucidar a retórica de cada texto, a gramática subjacente a cada um. Desprovidos de preconceito, livres das amarras das rotinas burocratizadas da escola, faremos da leitura um ato criador / questionador.

Quanto mais oportunidades tenham os alunos de ouvir, ver e sentir leituras alheias, maior será o prazer e a sensibilidade para compreender o que lêem e ouvem. Quando a leitura é uma necessidade, um gosto apreciado no ambiente em que a criança vive, se é partilhada, usufruída em comum, a criança desenvolverá o quanto puder a capacidade e o prazer de ler.É através da leitura que se tem acesso aos significados da cultura em que vive, estabelecendo relações entre as informações e construindo sentido para si e para o mundo. A escola, um dos lugares de construção dos saberes sociais, ela precisa considerar a diversidade de significados sociais e culturais que as crianças compartilham. São essas considerações que tornam fundamentais no trabalho com a prática da leitura, à medida que a aprendizagem da leitura e da escrita não é compreendida como uma aquisição mecânica, pois quando entendida dessa forma acaba-se transformando no que pudemos comprovar em nossa pesquisa, sobre o acontece hoje nas nossas escolas, a leitura acaba-se transformando numa prática de sacrifício, sem desejo e prazer.

Não basta oferecer às crianças livros em quantidade, ou ficar apenas nas leituras obrigatórias do livro de apóio didático, é necessário levar a criança a perceber, sentir de verdade que a leitura é um elemento essencial para a vida.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam.23ª. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.
GUEDES & SOUZA. Leitura e escrita são tarefas da escola e não só do professor de português. In. Ler e escrever compromisso de todas as áreas. Rio Grande do Sul: Editora da Universidade, 1998.
REGO, Lúcia Lins Browner. Literatura Infantil: uma nova perspectiva da alfabetização na pré-escola. 2.ed. São Paulo: FTD, 1990.
TEBEROSKY, Ana; CARDOSO, Beatriz. Reflexões sobre o ensino da Leitura e da Escrita. 8 ed. São Paulo: Vozes

terça-feira, 10 de março de 2009

A literatura como meio de possibilitar à criança a leitura e escrita


Entende-se que a leitura é um dos caminhos de inserção no mundo e da satisfação de necessidades do ser humano. No entanto, muitos professores desconhecem a importância da leitura e da literatura mais especificamente por ignorar seu valor e/ou por falta de informação. A prática educativa com a literatura nas séries iniciais do ensino fundamental quase sempre se resume em textos repetitivos, seguidos por cópias e exercícios dirigidos e mecânicos, onde o espaço para reflexão e compreensão sobre si e sobre o mundo raramente encontra lugar.

Não se deve referir à leitura como um ato mecânico sem a preocupação de buscar significados. Desse modo, é necessário que dentro do ambiente escolar o professor faça a mediação entre o trabalho e o aluno, para que assim sejam criadas situações onde o aluno seja capaz de realizar sua própria leitura, concordando ou discordando e ainda fazendo uma leitura crítica do que lhe foi apresentado.


Daí a importância em se propiciar a leitura e a literatura de modo a permitir ao aluno criar e recriar o universo de possibilidades que o texto literário oferece. Pode-se dizer que a escola tem a oportunidade de estimular o gosto pela leitura se consegue promover de maneira lúdica o encontro da criança com o trabalho.

A esse respeito Zilberman( 2003, p.16) descreve que: “...a sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua utilidade. Por isso, o educador deve adotar uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da criança.”



Referência:

KLEIMAN, Â. Oficina de leitura: teoria e prática. 5.ed., Campinas: Pontes/Ed. da UNICAMP, 1997.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Quero leite

A PRÁTICA DA LEITURA COMEÇA EM CASA


A leitura é aqui tomada em um sentido amplo, como trabalho intelectual, necessário a qualquer disciplina, em todos os níveis de ensino. A história de cada leitor tem muito a ver com as relações dele com o saber, nas escolas e na sociedade.

Mais do que métodos e técnicas de motivação para ler, são necessárias providências que se relacionem à história do aluno na sociedade, principalmente em sua família. Não se pode separar prática da leitura da vida em família e na comunidade. Não é uma questão a ser resolvida apenas na escola e pela escola.

Enquanto se ler, vive a experiência transformadora. A mente tem várias funções, entre elas a memória, a atenção, a sensibilidade, e os diferentes tipos de raciocínio. Afinal, com o processo mental operado ao ler, a pessoa transforma seu modo de ser e de ver o mundo e de interagir com ele.

Pais, professores da Pré-escola e do Ensino Fundamental são os responsáveis por criar definitivos laços da criança e do adolescente com a leitura.

O estudante se pergunta: para que vai servir ler essas obras? Como vai influenciar no meu dia-a-dia? O fato é que, a cada leitura, há respostas interiores, há um novo ser, revestido de mais sabedoria. Vai amadurecendo sua personalidade, criando novos projetos de estudo, tomando gosto por diferentes assuntos, afinal construindo seu eu.


PROJETO DE LEITURA “ABRE-TE SÉSAMO”





Sabemos das dificuldades que as crianças têm em leitura, portanto este projeto tem como objetivo oportunizar o acesso aos livros paradidáticos de prazerosa, sempre levando uma breve biografia dos escritores.

Nesse projeto seria interessante a participação da família sempre que possível à mãe/pai estar presente.

Iniciar com Cecília Meireles e Ana Maria Machado.

Chegar à sala de aula com uma caixa decorada para chamar atenção dos alunos, fazer um breve comentário sobre o tema, como a importância da leitura e escrita, apresentarem aos alunos os vários escritores que escrevem para a faixa etária deles.

E em circulo com a caixa no centro, eles deverão pronunciar a palavra mágica “Abre-te Sésamo” que o título do projeto, quanto dita a palavra mágica um aluno escolhido pela turma abrirá a caixa para apanhar um livro e a partir daí será desenvolvido de acordo com o poema, livro ou texto que será trabalhado na naquele momento.

A leitura será feita pelo professor e/ou mãe ( se estiver presente), pois assim haveria a participação da família no projeto para dar continuidade e incentivo a leitura em sua casas.

Seguindo as interpretações acerca do que foi lido, fazer uma reconstrução do texto ou poema a partir das reflexões dos alunos, que poderá ser escrito no quadro para uma nova leitura conjunta.


Referência:

http://inforum.inset.com.br

Mundo Jovem.Porto Alegre:EPECÊ,2006

www.google.com.br

Leitura e Escrita na escola

Projetos didáticos na escola:

Um desafio apaixonante

Para sensibilizar e desenvolver o gosto pela leitura usa-se o livro. Mas na diversidade textual com deparamos e os meios acessíveis para fazermos diversas leituras sem que muitas vezes utilizem o livro podemos receber essas mensagens através da televisão, internet, celulares, autdoor, etc.

Projeto: Poesia, comercial de TV e produção textual.






Trabalhar com projetos de leitura é sempre bom, já que possível delimitar o tempo que será utilizado e os objetivos que poderão ser alcançados. A partir de isso avaliar o trabalho fica muito mais fácil.

Para esse projeto o uso de um comercial de TV que pode ser encontrado no site You tube.

O texto do comercial, um poema escrito por Arnaldo Antunes, tem como plano de fundo imagens diárias, de coisas que fazemos e nem nos damos conta de que estas coisas nos fazem felizes.

Assista aos vídeos, copie os textos. Em seguida, assista aos vídeos com seus alunos. Peça que prestem atenção pra descobrir se alguma daquelas situações são situações felizes para eles, ou se há outras coisas que os deixam felizes. Peça que anotem, distribua o texto do comercial e deixe que comparem o que escreveram com o texto do comercial da TV. Em seguida, peça que tentem colocar o texto que escreveram em forma de poema, como fez o Arnaldo Antunes. Trabalhe a forma gráfica do poema, como ele deve ser colocado no papel, explicando as diferenças entre uma narração e um texto poético.

Se quiser enriquecer mais o trabalho, construa com eles um livro de todas as poesias e mais podendo ser ilustrado de acordo com cada poesia para que a leitura possa ser mais interessante com mais esse atrativo colorido. Avalie todas essas etapas, ou peçam para eles se auto-avaliarem. Eles costumam ser bastante crítico com relação ao que produzem.


Com as crianças pequenas é possível também realizar este trabalho, aproveitando a oportunidade para trabalhar a oralidade dos pequenos. E os desenhos deles, claro, que podem ser transformados em painel.


Se sua escola tiver conexão à internet, ótimo. Você pode assistir aos vídeos, com os alunos, aqui mesmo no blog.


Referência:

www.youtube.com.br

www.google.com.br

Mundo Jovem.A prática leitura começa em casa. Porto Alegre:EPECÊ,2006.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Mais do que letras




Até dominar a leitura e a escrita, a garotada passa por experiências enriquecedoras, como ler sem saber ler e escrever sem saber escrever.

Cada criança chega à escola em uma fase da alfabetização – o nível de compreensão depende das possibilidades prévias de contato com o mundo da escrita. Apesar de uma classe ter alunos em estágios diferentes de conhecimento, todos podem aprender. “O ambiente escolar deve ser pensado para propiciar inúmeras interações com a língua escrita”, afirma Telma Weisz, especialista em Psicologia Escolar e uma das maiores autoridades em alfabetização no Brasil. O papel do professor é mediar interações.




LIÇÃO EM LISTAS - Estudantes tentam ler, em dupla, títulos de poemas

Para auxiliá-lo na tarefa de facilitar o ingresso da meninada no universo da linguagem escrita, o docente tem à disposição algumas atividades consagradas. “Aprendi que a leitura para a classe é uma delas e faço isso diariamente. Sento-me em roda com a turma, mostro um livro, falo sobre o autor e leio por cerca de 15 minutos”, afirma Cintia Dante de Queiroz Minelli, da EMEB Professor Bráulio José Valentim, na zona rural de Mogi Mirim, a 160 quilômetros de São Paulo. A educadora incentiva a escrita utilizando letras móveis ou lápis: “É para que as crianças descubram que tudo o que falam pode ser escrito”. A conclusão da alfabetização inicial ocorre após os dois primeiros anos de escolaridade. Nas séries seguintes, a garotada aprofunda conhecimentos sobre diferentes gêneros de texto e ganha maior autonomia na produção e na leitura. Maria Ussifati, da EM Tempo Integral, de Umuarama, a 600 quilômetros de Curitiba, vê o progresso de seus alunos da 4ª série. Eles lêem uns para os outros e indicam títulos a amigos.
“Percebo que mesmo os que não têm o hábito de ler ficam interessados quando vêem o colega com um livro ou contando uma história curiosa”, ela explica. As cinco situações didáticas de Língua Portuguesa estão descritas em duas fases, alfabetização inicial e continuidade (veja a seguir). Como o nível de leitura e escrita varia dentro de uma classe, é importante identificar em que fase cada aluno está e escolher atividades adequadas para a turma.

RODA DIÁRIA - A garotada fica atenta à professora Cintia, que lê boas histórias com capricho na entonação

21 Produção textual (na alfabetização inicial) O que é?
Os pequenos ditam um texto, e o professor escreve no quadro. Eles ficam com o controle do que se escreve e acompanham como isso é feito. Podem ser feitas perguntas para provocar participações e estruturar a escrita. Ao fim da atividade, a produção deve ser revisada. Quando propor Várias vezes por semana, sempre que houver uso da escrita. O que a criança aprende A organizar as idéias principais de um texto conhecido e a modificar a linguagem, passando da forma oral para a escrita. Produção textual (na continuidade) O que é A reescrita e a produção de textos com autonomia crescente. O aluno define o leitor, o propósito e o gênero, revisa e cuida da apresentação final. Quando propor Diariamente. O que a criança aprende A usar procedimentos de escritor: planejar o que escrever, fazer rascunhos, reler e revisar.

AMIGOS OUVINTES - O gosto pelos livros é incentivado em Tempo Integral com leituras feitas por alunos

22 Comunicação oral (na alfabetização inicial) O que é?
Atividades em que a garotada narra histórias, declama poemas, apresenta seminários e realiza entrevistas. Podem ser feitos saraus e apresentações para expor um tema usando roteiros ou cartazes para apoiar a fala. Quando propor Algumas vezes por mês, dependendo dos projetos e das atividades em desenvolvimento. O que a criança aprende A utilizar a linguagem oral com eficiência, defendendo pontos de vista, relatando acontecimentos, formulando perguntas e adequando sua fala a diferentes situações formais. Comunicação oral (na continuidade) O que é Preparação e realização de atividades e projetos que incluam a exposição oral, articulando conteúdos de linguagem verbal e escrita. É interessante incentivar a turma a falar com base em um roteiro e a fazer entrevistas e seminários. Quando propor Algumas vezes por mês, dependendo dos projetos e das atividades em desenvolvimento. O que a criança aprende A participar de situações que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto tratado, formular perguntas, responder a elas justificando suas respostas e fazer exposições sobre temas estudados.
Fonte: Nova Escola online



REALISMO- EMÍLIA FERREIRO





A estudiosa que revolucionou a alfabetização

A psicolingüista argentina desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os educadores a rever radicalmente seus métodos.

Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 20 anos do que o da psicolingüista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Emilia – Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante – não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. "A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro", diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolingüista.

Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança – ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método. Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento – daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola – e da alfabetização em particular – do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. "Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender", diz Telma Weisz. "Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes."

Idéias que o Brasil adotou

Sala de aula vira ambiente alfabetizador

Uma das principais conseqüências da absorção da obra de Emilia Ferreiro na alfabetização é a recusa ao uso das cartilhas, uma espécie de bandeira que a psicolingüista argentina ergue. Segundo ela, a compreensão da função social da escrita deve ser estimulada com o uso de textos de atualidade, livros, histórias, jornais, revistas. Para a psicolingüista, as cartilhas, ao contrário, oferecem um universo artificial e desinteressante. Em compensação, numa proposta construtivista de ensino, a sala de aula se transforma totalmente, criando-se o que se chama de ambiente alfabetizador. O ritmo da aula é dado pelos alunos, embora o professor deva ter a última palavra e manter a disciplina. Trabalha-se para não inibir as crianças e deixar que explorem a própria concepção de escrita. As noções de certo e errado desaparecem do vocabulário e aposentam-se as avaliações tradicionais para medir o desenvolvimento do aluno.

É por não levar em conta o ponto mais importante da alfabetização que os métodos tradicionais insistem em introduzir os alunos à leitura com palavras aparentemente simples e sonoras (como babá, bebê, papa), mas que, do ponto de vista da assimilação das crianças, simplesmente não se ligam a nada. Segundo o mesmo raciocínio equivocado, o contato da criança com a organização da escrita é adiado para quando ela já for capaz de ler as palavras isoladas, embora as relações que ela estabelece com os textos inteiros sejam enriquecedoras desde o início. Compreender a escrita interiormente significa compreender um código social. Por isso, segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.

Para pensar:

Segundo os construtivistas, não se aprende por pedacinhos, mas por mergulhos em conjuntos de problemas que envolvem vários conceitos simultaneamente. No caso da alfabetização, utilizar textos do cotidiano é muito mais produtivo do que seguir uma cartilha. Isso não quer dizer que o ensino não deva ser objeto de planejamento e sistematização. Você, professor, costuma ficar atento ao que cada aluno já sabe para fazer com que avance, em ritmo próprio?